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sábado, 2 de fevereiro de 2008

Matrix

Matrix nos faz viajar pela incrível capacidade do ser humano em criticar o mundo e a si mesmo. Oferecendo dúvidas referentes à nossa existência e ao mundo. Matrix só nos oferece dúvidas, um mar de dúvidas, buscando saciar nossa sede de entendimento do que venha a ser o Universo e a nossa essência.
O filme vem oferecer um convite para reflexão, no sentido do que é o real, do que venha a ser realmente verdadeiro em nossas vidas. O mundo de incertezas gerado pelo filme, faz o espectador perceber que o verdadeiro é só uma questão probabilística. É na verdade tudo relativo.
A reflexão sobre o filme nos leva as prováveis conclusões de que, o Neo e sua turma, estarão sempre presos em um mundo criado pela Matrix. Sendo assim, não tem como sair do sistema. A criatura não consegue sair jamais do mundo criado pelo criador. Seria como se um personagem de histórias em quadrinhos saísse do papel para o mundo real. Todos os personagens de Matrix estão condenados a viver sempre dentro do sistema.
Comparando essa reflexão ao mundo “real”, isto é, ao nosso mundo de hoje, dos seres humanos, temos consciência da existência de Deus. Esse Deus que criou o Universo, nós seres humanos e nossa consciência, para percebermos que estaremos sempre condenados a vivermos dentro da Sua criação. Não é possível vermos além da criação de Deus, porque nos falta referência. Por mais que possamos nos imaginar fora da criação de Deus, jamais teríamos esse privilégio. Somos criaturas vivendo em um Universo criado por Deus. Somente Deus tem esse privilégio de poder conhecer o que tem além de Sua criação. Será?
Acredito que o problema está no paradigma do processo que utilizamos para entendermos o Universo e nós mesmos, a tríade relação fé – filosofia – ciência. Ao buscarmos o entendimento de um processo, identificamos a dúvida, criamos uma hipótese com base na fé, elaboramos uma teoria filosófica e buscamos sua comprovação prática-laboratorial através do método científico. O problema é que esse paradigma criado por nós, nos permite o entendimento de coisas relativas, jamais absolutas, como a real essência da criação. Para entendermos o verdadeiramente real, não podemos utilizar palavras, símbolos, e a lógica comparativa para explicarmos o absoluto. Existe um provérbio que exemplifica com mais clareza isso:

Um sapo com fome, que tentará atravessar um rio para ir a busca de um pequeno inseto que estava do outro lado da margem do rio. O problema era que ele pulava sempre a metade da distância que faltava para atravessar. Conclusão: jamais chegaria na outra margem, mas chegaria cada vez mais perto do inseto, podendo assim identificar cada vez mais com clareza, que inseto se referia.

Jamais o sapo saberá com certeza de que inseto se refere, porque jamais chegará até ele, pulando sempre a metade da distância que o separa do inseto na outra margem do rio. A verdade relativa é assim, nos oferece cada vez mais certeza dos fatos, mas jamais a certeza absoluta.
Ou mudemos o nosso paradigma, ou viveremos condenados a nunca sairmos de nossa Matrix.